Depois de meses practicamente sem atividade presencial com Biodanza, chegamos ao arranque deste novo curso com as incertezas e os medos à flor de pele. Os que sinto à minha volta e também os meus próprios.
Já nom me identifico com discursos que negam o medo e que o confrontam com imaginários (supostamente desejáveis) de afouteza e ousadia. O medo é umha emoçom útil como todas as demais. O medo vai ligado ao nosso instinto de sobrevivência e à nossa condiçom de seres vulneráveis. Já nom aspiro a nom ter medo. Desejo poder escutar a sua mensagem, extrair a sua essência e fazê-lo manejável. Algo com o que poida conviver de forma amigável. Escutá-lo com toda a ternura e a compreensom que poida ofrecer-lhe, mas tratando que nom me paralise.
Por isso decido voltar a convocar sessons presenciais de Biodanza. Porque o contrário seria para mim estar presa do medo. Seria desatender o que me diz a intuiçom profunda e a minha leitura sobre o estado da corporalidade das pessoas nesta altura. As emoçons tam intensas que vivemos e que ainda estamos a viver estam a impactar profundamente a psicomotricidade, a vitalidade e a expressividade da gente. Vejo corpos rígidos, doloridos, opacos. Vejos movimentos desintegrados, olhares esquivos, um estar no corpo ansioso ou apático. Percebo como este estado que se quer fazer passar por “normalidade” está a filtrar-se na relaçom das pessoas consigo mesmas e com as demais.
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