Mari Fidalgo. Facilitadora de Biodanza Sistema Rolando Toro. Psicóloga com formaçom em gênero, facilitaçom de grupos e pedagogias para a emancipaçom.
Nascim e criei-me em Salvador de Bahia (Brasil) no seio dumha família galega que me ensinou a amar as nossas raízes e a valorizar a diversidade humana. Foi ali que desenvolvim o compromisso com a justiça social e o direito de todo ser humano a viver dignamente e a poder desenvolver as suas potencialidades. Recordo um verso dumha cançom de Caetano Veloso que me marcou na adolescência e que até hoje me emociona: Gente é para brilhar nom para morrer de fome.
Em 2002 deixo o meu fogar para instalar-me em Santiago de Compostela e poder desenvolver ali o meu projeto vital. Pouco depois começo a participar no tecido social local e a desempenhar a minha atividade profissional com grupos e contextos diversos (associaçons e ONG’s, centros educativos, instituiçons públicas, etc) desenvolvendo atividades de acompanhamento psicossocial, sensibilizaçom e formaçom para a promoçom da saúde integral e o bom viver, sempre desde a perspectiva de gênero e feminista.
O meu caminho na Biodanza
A Biodanza cruzou-se no meu caminho há muitos anos, durante os meus estudos de psicologia na Universidade Federal de Bahia. Daquela tivem a oportunidade de participar numha sessom e pareceu-me mui potente. Ficaram as ganas de repetir e aprofundar, mas a vida levou-me por outros percursos. Passárom anos até que comecei a participar num grupo regular de Biodanza em Compostela ao cuidado de Alejandra Dotor, de quem guardo um recordo fermoso polo amor e vitalidade que transmitia em cada sessom.
Praticar Biodanza de forma continuada foi toda uma descoberta. Era muito mais que mover o corpo e trabalhar as emoçons. Nas sessons experimentava-me livre, íntegra, aceitada e valorizada, plenamente em mim. Podia expressar-me e comunicar com as demais pessoas dumha forma autêntica, sensível e direta. Podia tocar a outro ser humano na sua porçom mais genuína, vulnerável e bela. Sentim que a Biodanza chamava por mim. Lembro como numha das sessons tivem a certeza de que algum dia gostaria de fazer esse trabalho e a intuiçom de que poderia chegar a fazê-lo bem.
Formar-me como facilitadora, umha viagem entusiasmante
Mas essa semente ainda tardou em germolar. Antes chegou o feminismo, dando um novo sentido a tudo. Vinhérom amores e desamores, novos desejos, outros corpos. A conquista da autonomia vital desde a interdependência tecida com umha trama de apoio e cuidados mútuos. É em 2015 quando aposto por iniciar a formaçom de Biodanza na Escuela Hispánica de Biodanza, sob a direçom de Maite Bernadelle e Fernando Tucho.
A motivaçom para abraçar o sistema Biodanza e convertê-lo num elemento central do meu estar no mundo e no meu fazer profissional, véu dada por algo que identifiquei no meu percurso sociocomunitário. Como ativista e participante em diferentes organizaçons comprometidas com a justiça social e a equidade, sentim numha determinada altura que nom era suficiente ter ideais, umha análise afiada da realidade, propostas de mudança. Fazia falta desenvolver outra forma de relacionarmo-nos connosco, com as pessoas com as que compartiamos espaço, com a comunidade, com a natureza e com a vida em si mesma. Se é por amor que trabalhamos por um mundo diferente, a ternura, os cuidados e o bom trato precisam ser parte da metodologia.
Guiada por este sentir, emprendim a viagem de formar-me em Biodanza, titulando-me no verám do 2019 com um trabalho de interverçom para a promoçom da saúde e a qualidade de vida de cuidadoras familiares, desenvolvido em colaboraçom com a delegaçom da Corunha da ONG Fundación Mujeres.
Na atualidade
A finais de 2018 criei o projeto Biodanza Cheia de Vida para a promoçom da saúde e o bem estar e para o crescimento pessoal e comunitário. Na actualidade facilito grupos regulares e imparto obradoiros empregando a metodologia Biodanza e a educaçom para o bom viver.
Nos últimos dous anos impartim obradoiros em distintas instituiçons públicas e entidades sociais, com destaque para os obradoiros de promoçom da saúde com perspectiva de gênero e para mulheres em situaçons de violência impartido em diferentes Centros de Informaçom às Mulleres (Ponteareas, Lugo, Ourense) nos quais acadamos um alto nível de satisfaçom por parte das assistentes e de consecuçom dos objetivos marcados para a intervençom.
Conto com umha ampla experiência no trabalho com mulheres e outras identidades em temas como autoestima, empoderamento, promoçom da saúde e fomento da cultura do bom trato e dos cuidados em equidade, interculturalidade, ecofeminismo, economias para a vida, direitos sociais, etc.