Estas semanas fiz um descubrimento. Ou melhor, assentei e resignifiquei algo que sei há algum tempo com as células, mas que ainda nom chegara à consciência.
Sou umha pessoa que convive com umha escoliosis desde pequena. Toda a vida escutei a profissionais da traumatologia dar-me a receita de como prever contraturas lumbares e estar dias dolorida: higiene postural, exercício, fortalecer a musculatura na que se sustenta a coluna. Depois de anos habitando esta casa que é o meu corpo, descobri algo mais. Algo que me está ajudando a entender-me e a situar-me neste momento porque levo duas crises em quinze dias.
Mergulhei em mim para indagar que representa no meu imaginário a coluna. E que sucede no meu interior e exterior quando tenho crises. Nessa viagem encontrei emoçons que me custa expressar e digerir. Reconheci que quando sinto demasiada tensom e me dobro à autoexigência, quando sinto insegurança porque os acontecimentos som imprevisíves e saem da minha margem de controle, tensiono-me. Fico rígida numha tentativa ilusória (e até agora inconsciente) de sentir-me segura.
Nesta viagem interna e pesquisando em alguns materiais sobre psicossomática encontrei umha relaçom entrea coluna e o elemento terra, dado que este último representa o sustento material, económico, vital e emocional. Portanto, as contraturas falam muito deste momento de incerteza e de preocupaçom polo futuro, de dúvidas sobre como suster-me, suster-nos. E também falam de mim. De sentires guardados, de padróns internalizados, de guións de vida.
Algo que me emocionou descobrir nesse processo foi que o meu corpo já nom atura um estilo de vida no que a corporalidade está disciplinada, subjugada à horas de trabalho sentada numa cadeira, empregado os recursos cognitivos sobre outros sentidos e inteligências, formas de expressom. O meu corpo quer mover-se, caminhar, sentir. Executar os mesmos gestos expressivos que leva fazendo a humanidade desde sempre: sachar na terra, olhar as estrelas, abraçar umha pessoa querida, amassar pam, recolher-se na intimidade do meu mundo interior.
Nos útlimos quinze dias tratei de escutar com toda a atençom a mensagem do meu corpo para entender porque precisa expressar-se através da contraçom e da dor. Curei-me da autoexigência e da pressom dando-me calor e continente amoroso. Admnistrei-me fluidez, deixando que o rio me ensinasse a buscar novos percursos e deixar ir àquilo sobre o que nom temos controle.
Mudar desde o profundo, entendendo que a rigidez impede o movimento orgânico, aprisiona e pode fazer-nos romper.
Muitas outras reflexons e chaves para o autocuidado das contraturas lumbares vam no boletim deste mês de Biodanza Cheia de Vida. Se te ressoa o que te conto, susbcreve-te aqui: http://eepurl.com/g0LZX1